28ª RBA/São Paulo-2012
Workshop Estudos Antropológicos sobre Sexualidade:
tendências, intersecções e fronteiras
Local: PUC-SP - Auditório 117A (1o andar do Prédio
Novo)
30/06/2012 e 01/07/2012 - 9h00 às 18h00
Organização:
Laura Moutinho (USP)
Regina Facchini
(Unicamp)
Sérgio Carrara (UERJ)
Este workshop tem como objetivo
produzir um mapa das tendências e principais linhas de força que vêm
constituindo o campo dos estudos antropológicos sobre sexualidade no Brasil. Em
sua ação multifacetada e polifônica, a produção antropológica vem desempenhando
um importante papel contemporaneamente, especialmente no que tange ao
entrecruzamento de novos temas e sujeitos que vem ganhando espaço no campo
político. Estas transformações ainda não foram devidamente mapeadas e
analisadas, sobretudo com relação à produção de pesquisas e reflexões sobre
sexualidade. Nesta primeira década do Século XXI, uma grande quantidade de
dados e conhecimentos heterogêneos vem sendo produzida. Temos assistido tanto
ao reconhecimento e à legitimação do tema em cenários antes refratários ao seu
desenvolvimento quanto a um reposicionamento dos próprios sujeitos do
conhecimento, tendo em vista o frequente entrecruzamento das agendas acadêmica
e política. Formas antigas de se compreender a abrangência e amplitude da
sexualidade vêm sendo re-semantizadas, grupos de trabalhos e mesas redondas
proliferaram nos principais congressos da área. Instituições e centros de
pesquisa foram criados em articulação com novos e antigos programas de
pós-graduação, que vêm igualmente fomentando novas linhas de pesquisa -
eventualmente consubstanciadas em grupos de pesquisa do CNPq.
Programação
30/06/2012
Manhã
Abertura
Mesa
1: Mapeamento de campo: mecanismos e estratégias formativas
Expositores:
Programas de Pós-Graduação - Cristina
Donza (UFPA)
Grupos de pesquisa - Regina Facchini (Unicamp)
Fazendo Gênero -
Carmen Sílvia Rial (UFSC)
Enlaçando Sexualidades - Suely Messeder (UNEB)
CISO -
Fabiano Gontijo (UFPI) / Laura Moutinho (USP)
REA - Carlos Guilherme Valle
(UFRN)
Relatores: Marcelo
Perilo (UFG) e Gustavo Saggese (USP)
Tarde
Mesa 2: Organização e visibilização da sexualidade sob a
perspectiva antropológica em associações científicas
Expositores:
ABA Sexualidade - Adriana Piscitelli (Unicamp)
Anpocs -
Júlio Simões (USP) / Maria Filomena Gregori (Unicamp)
SBS
- Antonio Cristian Saraiva Paiva (UFC)
ABEH
- Suely Messeder (UNEB)
Abrasco - Daniela Knauth (UFRGS)
Relatores:
Camilo Braz (UFG) e Nádia Meinerz (UFAL)
Mesa 3: Publicações científicas: mercado editorial e
tendências temáticas
Expositores:
Revista Estudos Feministas - Miriam Grossi (UFSC)
Cadernos
Pagu - Iara Beleli (Unicamp)
Sexualidad, Salud y Sociedad - Sérgio Carrara
(UERJ)
Relatores:
Anna Vencato (UFSCar) e Jorge Leite Júnior (UFSCar)
01/07/2012
Manhã
Mesa 4: A interface
ente direitos, sexualidade e antropologia
Expositores:
ABA Direitos Humanos - Ana Lucia
Pastore (USP)
Lia Zanotta Machado (UNB)
Guita Grin Debert (Unicamp)
Maria Luiza
Heilborn (UERJ)
Relatores: Rosa Oliveira
(Unicamp) e Mário Carvalho (UERJ)
Tarde
Mesa 5: Sexualidade e suas interfaces: políticas, produção
de conhecimento e promoção de direitos no Brasil
Expositores:
Ivo Brito (Departamento de DST, Aids
e Hepatites Virais)
Guilherme Almeida (UERJ)
Relatores:
Vanessa Leite (UERJ) e Silvia Aguião (Unicamp)
Encerramento
Saiba mais sobre a proposta:
Desde a Constituição de 1988, vêm se
expandindo no Brasil uma legislação e uma jurisprudência contra diversas formas
de discriminação, possibilitando o acesso das chamadas “minorias” à
justiça e, particularmente, aos direitos sociais. O discurso jurídico vem se
transformando não somente através da incorporação de novas definições, mas
igualmente de novos recursos e personagens, em um quadro que ganhou especial
impulso desde o governo Fernando Henrique Cardoso. Um dos pontos altos deste
processo foi, por exemplo, a mobilização em torno do decreto presidencial de
novembro de 2007, pelo qual o Presidente Luis Inácio Lula da Silva convocou a I
Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais, que
ocorreu em junho de 2008, em Brasília.
O Brasil não se encontra isolado neste
campo. As mudanças ora em andamento devem ser compreendidas no contexto mais
amplo que remonta ao fim da Segunda Guerra Mundial, com a criação da ONU (e o
novo tipo de diplomacia que a seguiu) e a divulgação da Declaração dos Direitos
Humanos, de 1948. O entrecruzamento de novos temas e sujeitos vem,
concomitantemente, ganhando espaço no campo político. Especialmente a partir do
um processo de inflexão que marca o cenário global através de inúmeros diplomas
internacionais, como a Convenção 169 da OIT (1989), Conferência Internacional
sobre População e Desenvolvimento (Cairo 1994), a 4ª Conferência Mundial da
Mulher (Beijing, 1995), a Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação
Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata (Durban, 2001). Neste amplo e complexo
campo, faz-se ainda necessário considerar a ação eloquente de agências de
cooperação internacional no incentivo à luta por direitos e à produção de dados
e pesquisas.
Em sua ação multifacetada e
polifônica, a produção antropológica vem desempenhando um importante papel
neste cenário, que ainda não foi devidamente mapeado e analisado, especialmente
no que tange à produção de pesquisas e reflexões sobre sexualidade. Nesta
primeira década do Século XXI, uma grande quantidade de dados e conhecimentos
heterogêneos vem sendo produzida. Temos assistido tanto ao reconhecimento e à
legitimação do tema em cenários antes refratários ao seu desenvolvimento quanto
a um reposicionamento dos próprios sujeitos do conhecimento, tendo em vista o
frequente entrecruzamento das agendas acadêmica e política. Formas antigas de
se compreender a abrangência e amplitude da sexualidade vêm sendo
re-semantizadas, grupos de trabalhos e mesas redondas proliferaram nos
principais congressos da área. Instituições e centros de pesquisa foram criados
em articulação com novos e antigos programas de pós-graduação, que vêm
igualmente fomentando novas linhas de pesquisa - eventualmente consubstanciadas
em grupos de pesquisa do CNPq. Faz-se ainda necessário considerar como
outras iniciativas relevantes para o desenvolvimento e institucionalização das
pesquisas sobre sexualidade no país, os editais específicos lançados pelo CNPq,
bem como programas que estimulam parcerias institucionais entre diferentes
regiões do Brasil, como o PROCAD, proposto pela CAPES.
Neste sentido, este workshop tem como
objetivo produzir um mapa das tendências e principais linhas de força que vêm
constituindo o campo dos estudos antropológicos sobre sexualidade no Brasil.
Serão considerados os seguintes itens e questões:
· Recuperação do processo de insersão e visibilização da
temática na programação de encontros científicos nacionais e balanço dos temas,
tendências, distribuição regional dos trabalhos apresentados em GT ou
programação científica na RBA, Anpocs, SBS, SBPC, CISO, REA e por associações
nacionais específicas, como é o caso da ABEH;
· Mapeamento e análise dos principais temas, distribuição
regional, tempo de constituição e nível de envolvimento com a temática dos
grupos de pesquisa cadastrados no Diretório de Grupos do CNPq;
· Mapeamento de mecanismos formativos através da análise da
incidência da temática da sexualidade nos Programas de Pós-Graduação;
· Mapeamento de temas, distribuição regional e tendências no
campo a partir da experiência da organização de eventos e periódicos
científicos temáticos;
· Análise do histórico e tendências no fomento à pesquisa na
temática da sexualidade e de suas interfaces;
· Análise das interfaces entre produção de conhecimento
antropológico e as questões relacionadas a direitos.